A autora diz que administrar as finanças pessoais não é nada fácil, ainda mais num país onde a realidade da maioria da população é de nem sequer saber o que é economia. Quantos pais não têm condição de dar um bolo de aniversário para o filho, mas fazem empréstimos absurdos no banco para dar a eles uma festa em buffet? Essas pessoas pintam um cenário falso, acreditando que viver nessa mentira vai fazer de seus filhos pessoas melhores. E pior: isso acontece por gerações e gerações!
Com a tentativa de quebrar essa realidade brasileira e oferecer às pessoas orientações práticas para deixar a Bolsa Blindada, a especialista em finanças lança o livro com esta abordagem. A obra ensina de forma bem humorada artimanhas para que as mulheres sejam eficientes na administração do orçamento familiar - de como controlar o orçamento a como utilizar o cartão de crédito com consciência.
O objetivo é fazer com que o leitor entenda, antes de mais nada, o que NÃO significa economia, para, a partir daí, poder entender o que de fato ela é. Veja cinco pontos básicos que, segundo a autora, a maioria dos brasileiros ainda não sabe:
. Economia não é pão-durismo.
. Economia não é viver apertando o cinto.
. Economia não é deixar de consumir.
. Economia não é andar maltrapilho para juntar dinheiro.
. Economia não é difícil.
Em Bolsa Blindada - Sua vida financeira à prova de fracassos, Patrícia mostra que o maior adversário da estabilidade financeira é o desconhecimento e apresenta passos para que qualquer pessoa possa tomar as rédeas da vida financeira pessoal. "Você pode entender como é o mundo das finanças práticas investindo apenas alguns minutinhos por dia e, claro, praticando cada uma das dicas descritas aqui", diz ela.
Confira entrevista exclusiva com a autora:
A Tribuna: De onde partiu a ideia de escrever Bolsa Blindada?
Patrícia: Desde 2011 escrevo a coluna Dinheiro no Blog da Cris (www.cristianecardoso.com). O início foi muito despretensioso, pois achei que faria apenas uma pequena série de posts e que, por falta de interesse do público pelo assunto, a coluna iria naturalmente descontinuar. Porém, as leitoras se mostraram extremamente interessadas, comentando, enviando mensagens pessoais, pedindo conselhos e sugerindo temas. Ao ver que o tema realmente carece de informação mais acessível, tive a ideia de escrever o livro mantendo as características do blog, ou seja, um texto leve, bem humorado e de fácil entendimento.
A Tribuna: Você acha possível transformar a maneira como o brasileiro em geral enxerga seu próprio orçamento e o seu poder de compra?
Patrícia: Sim, acho perfeitamente possível. O brasileiro é um povo altamente adaptável e moderno. As pessoas estão comprando com mais consciência, questionando os fabricantes e exigindo seus direitos. O que falta no brasileiro é dar mais valor ao próprio dinheiro, pois mesmo pagando caríssimo por coisas que em outros países não custa nem a metade, ele ainda consegue enxergar vantagens e acaba comprando. A euforia de ter um determinado bem ultrapassa a razão, o sacrifício e até mesmo a necessidade. Falta um certo amadurecimento como consumidor, mas isso é apenas uma questão de tempo.
A Tribuna: No livro você diz que ter uma vida financeira saudável é uma atividade que requer prática constante. De que forma as pessoas podem praticar isso sem se perder no meio do caminho? Existe técnica?
Patrícia: O que costumo dizer é que aquilo que não se encaixa naturalmente dentro da nossa rotina, realmente tende a se perder. Então a dica é inserir os conceitos básicos de economia no nosso dia a dia, por exemplo, na hora de comprar, não feche negócio na primeira loja, pesquise os preços primeiro. Quando for ao mercado, não deixe de fazer uma lista de compras. São coisas simples, mas que, se fizerem parte da nossa rotina, se tornarão tão naturais quanto tomar banho. Não precisa ser nada radical, afinal, ninguém precisa de três banhos por dia, só não dá para ficar sem!
A Tribuna: Você também dá dicas de como usar o cartão de crédito conscientemente, mas e quando a pessoa já está endividada? Como calcular e fazer com que o parcelamento e/ou empréstimo caiba no orçamento atual?
Patrícia: O ideal seria quitar a dívida do cartão de crédito a vista, pois é uma das dívidas mais caras do mercado, mas geralmente isso não é possível. Então, para não deixar a bola de neve descer a ribanceira, a dica é adquirir uma dívida mais barata - o quanto antes - para pagar a mais cara. Por exemplo: um funcionário registrado, que está com dívidas no cartão a juros de 12% ao mês, pode adquirir um empréstimo consignado a uma taxa muito menor, quitar a dívida cara e pagar a mais barata com mais folga e menos perdas.
A Tribuna: Fale um pouco sobre como a sua experiência pessoal e profissional colaborou para que hoje pudesse ensinar tantas pessoas a ter uma vida financeira estável.
Patrícia: Desde cedo aprendi que precisava fazer escolhas e que, sabendo fazer a escolha certa, poderia "esticar" o pouco dinheiro que tinha. Mais tarde, aprendi que dinheiro não é para ser gasto, mas sim, investido. Multiplicava meu salário investindo parte dele em mercadorias que vendia na própria empresa. Enquanto minhas amigas andavam de ônibus, gastavam o salário em roupas de grife e passavam as férias em casa pagando dívidas, eu ia trabalhar de carro e viajava duas vezes ao ano para o exterior. Não era muito legal ser chamada de "sacoleira", mas as experiências que tive permanecem até hoje, já as roupas de grife das minhas amigas….rs…rs…!
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