Em tempos de eleição e acompanhando as notícias políticas e debates de candidatos no país, fiquei pensando que, para ser político, algumas competências deve-riam ser obrigatórias... Talvez seja mania de quem pensa em competências e gerenciamento do desempenho todos os dias trabalhando com executivos nas organizações. Mas, e porque não? Político há tempo deixou de ser dedicação a uma causa, para se tornar uma profissão e, diga-se de passagem, bem remunerada!
![](http://1.bp.blogspot.com/-h1DxlRZrFt0/UJJnQuHhFmI/AAAAAAAAIkQ/m3k1RvYctLE/s200/carla_mello.jpg)
Quem está acostumado com a vida corporativa sabe que ninguém contrata sem antes saber que perfil é necessário para fazer o quê, e na sequencia, o que se espera é que as expectativas e necessidades do cliente e do negócio sejam atendidas senão, esta pessoa será substituída por outro. Demitida! Simples assim. As empresas não têm competências, cidades e governos também não, são as pessoas, os seus governantes que exercem competências para fazer o seu melhor, aportam conhecimento, habilidade e atitudes adequadas para a posição que ocupam e são avaliados quanto ao seu desempenho. Portanto, não seria pedir muito, que nossos repre-sentantes políticos passassem por periódicas ava-liações de desempenho, por feedbacks 360º (em que todos avaliam todos), levantamento de clima organizacional, programas de treina-mento e desenvolvimento e que tivessem também planos transparentes de carreira e sucessão. Precisamos aprender a usar a liberdade e ser cidadãos proativos nesta construção, reforçando um sistema meritocrático, justo e de qualidade. Cada um assu-mindo a liderança que lhes cabe de forma participativa e responsável pelo bem comum, isso para mim é sustentabilidade humana. Remuneração? Meritocrática, participação nos resultados.
Utilização de recursos? Auditaditorias independentes e um bom sistema de compliance.
Muita pressão? Trabalhar sobre pressão seria mais um pré requisito para ser político, aliás comum nas empresas e já bem adotado pelos profissionais da iniciativa privada, gritos e murros sobre as mesas fazem parte de um passado nada saudoso. Infelizmente, estas atitudes ainda são comuns nas discussões políticas. É... Fico na dúvida se a coisa está feia porque está mais visível, ou se está mais visível porque está mais feia! Melhor acreditar que muitos desses "chefes e acionistas" - também chamados cidadãos - estão se levantando e assumindo finalmente seu lugar, estão preocupados com o uso dos seus recursos, estão preocupados com a sustentabilidade de sua nação. Recentemente os candidatos do primeiro turno em minha cidade, ainda que por meio de seus representantes e vices, assinaram uma carta compromisso com a transparência municipal, nos jogos olímpicos e Copa do Mundo, além do compromisso com o desenvolvimento de forma sustentável.
A Carta Compromisso foi assinada durante o evento nacional "Copa, Olimpíadas e Eleições: qual é o legado para a sua cidade?" - parte do programa Cidades Sustentáveis. O documento na íntegra e a lista de candidatos signatários podem ser vistos aqui: http://www.cidades-sustentaveis.org.br/carta Pode ser uma boa forma de começar a avaliação! Sim, ainda há esperança!
*Carla V. Mello é diretora das consultoria LHH|DBM para a Região Sul. Vice-Presidente da Interna-tional Coach Federation, Capítulo Paraná. Consultora de carreira em processo de coaching, Desenvolvi-mento de Talentos e Liderança, Orientação e Transição de Carreira
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