sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Férias escolares x crianças hiperativas


Caracterizada pela atividade motora exagerada, a hiperatividade, sintoma do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), pode ser notada ainda nos primeiros anos de vida de uma criança. Através de pesquisa realizada com 6.303 crianças de 87 cidades e 18 estados chegou-se a estimativa de que mais de 1 milhão de brasileiros com idade entre 5 e 12 anos apresentam esse transtorno. Atenta aos achados desse estudo, a Academia Brasileira de Neurologia dá dicas de como lidar com crianças e adolescentes com o TDAH durante as férias es-colares, quando passarão mais tempo dentro de casa, aos cuidados dos pais ou familiares.
Dr. Marco Antônio Arruda, membro da Academia Brasileira de Neurologia, explica que a hiperatividade é um sintoma, assim como a febre ou tosse. Entre as causas para ela está o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), um transtorno do desenvolvimento infantil geralmente diagnosticado a partir dos 6 anos de idade. O transtorno neurobiológico, de causas genéticas e ambientais, pode ser notado através dos sintomas centrais de desatenção, hiperatividade e impulsividade, e as disfunções executivas (dificuldade de organização, planeja-mento e controle emocional, memória de curto prazo limitada, necessidade de monitoração e outras).
Ou seja, além da hiperatividade, os pacientes podem apresentar outras disfunções executivas. "Da mesma forma que uma pessoa triste não necessariamente tem depressão, nem toda criança hiperativa, impulsiva e/ou desatenta tem TDAH. Isso deve se ao fato de que para o diagnostico de um trans-torno mental há necessidade de os sintomas provocarem prejuízos na vida da pessoa", explica o neuro-logista.
Diagnosticado o trans-torno, o tratamento medicamentoso do TDAH mostra-se muito eficaz. No entanto, os cuidados com o portador não se resumem às medicações. "Os pais e a criança precisam conhecer o problema e os pais, sobretudo, aprenderem a dar suporte para essa criança em casa. Os pais precisam saber como ajudar a criança a melhorar suas funções executivas, isso passa por importantes medidas educacionais", aconselha Dr. Arruda. Longe das escolas
Já que as crianças passam mais tempo dentro de casa, o desafio dos responsáveis é ainda maior durante as férias escolares. Como muitos deles não deixam de trabalhar, o tempo disponível para estar pre-sente e atender às necessidades da criança é limitado. Por isso, segundo Dr. Arruda, uma das dicas para os pais e responsáveis é, na medida do possível, tentar conciliar as férias deles com as férias da criança.
Desse modo, com o tempo livre, pais e filhos podem trabalhar juntos, através de jogos e outras brincadeiras, trabalhar as disfunções. "Viagens, passeios e esportes podem ser transformados em ótimas oportunidades para o aprofundamento da relação entre pais e filho, abrindo uma importante janela para intervenções", define Dr. Arruda.

Conciliando trabalho com as férias da criança hiperativa

Nem sempre, no entanto, é possível abrir um espaço na agenda que concilie com o tempo livre dos filhos. Neste caso, atividades extras como cursos de férias, esportes e viagens monitoradas por pessoal es-pecializado, podem ser uma alternativa.
Apesar de "estar na moda" entre os pequenos dormir muito tarde ou até mesmo "virar a noite" durante as férias escolares, para o portador de TDAH é importante que seja seguida a rotina e as medidas de higiene do sono. Além disso, quando em tratamento medicamentoso, é importante que a criança tome a medicação logo no início da manhã, pois no caso dos psico-estimulantes de ação prolongada, rimeira escolha no tratamento desse transtorno, adiar a dose para o final da manhã pode provocar insônia.

*Trixe Comunicação Empresarial

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