A descoberta da verdade sobre o bom velhinho pode ser dolorosa, principalmente quando os pequenos
se sentem enganados. Mas, como falar? A Mente e Cérebro esclarece a dúvida de muitos pais.
Diversos pais não se atentam ao momento em que as crianças descobrem a inexistência do Papai Noel, pois tendem a considerar o desaparecimento apenas como uma fase necessária no processo de amadurecimento. Desse modo, porém, subestimam aspectos importantes. Um deles é o fato de que essa etapa possa ser fundamental na constituição das bases de relacionamento consigo mesmo e com o outro ao longo da vida.
Afinal, não se trata apenas do desapareci-mento de uma crença, mas envolve a natureza das relações que a criança mantém com as pessoas que estão à sua volta - ainda que com boa intenção, mentiram para ela.
Pesquisa - O sociólogo francês Gérald Bronner, que assina a matéria da Mente e Cérebro, realizou uma pesquisa com 142 crianças para entender o momento na mudança do sistema de visão de mundo delas. O abandono da crença em Papai Noel provocou em quase metade das crianças ouvidas algum tipo de crise, que pode se transformar em uma simples desilusão ou causar atos de violência.
A descoberta da verdade sobre o bom velhinho pode ser dolorosa, principalmente quando os pequenos se sentem enganados. Mas, como falar? A revista Mente e Cérebro esclarece a dúvida de muitos paia ruptura inesperada de uma crença, como ocorreu em 46% dos casos, provoca uma decepção em 59% das crianças, enquanto as rupturas progressivas são seguidas por uma crise somente em 27% dos casos.
Como contar - Então, como enfrentar o problema para permitir que esta ruptura se produza sem traumas? Entre as crianças que afirmam terem ficado decepcionadas, muitas ressaltam que se consolaram por saber que continuariam a receber presentes. Essa garantia parece servir como compensação para a agitação cognitiva - é útil lembrar-se dela quando a criança confessa o fim da própria crença.
Além disso, deixando de acreditar em Papai Noel as crianças têm a impressão de entrar no "círculo das pessoas grandes", em uma espécie de rito de passagem que pode ocorrer de maneira indolor se os pequenos tiverem a impressão de tirar uma vantagem da fantasia.
Segundo a publicação, a passagem será sentida positivamente se a criança tiver irmãos, primos ou amigos menores e aceitará de bom grado transformar-se em um dos atores da pequena comédia anual. Participando do segredo, ela tem a impressão de compartilhar algo do mundo dos adultos: obtém uma missão de confiança.
Bronner comenta que se a criança é filha única, com certeza apreciará a ideia de fazer uma brincadeira com os adultos, vestindo-se ela própria de Papai Noel na noite de Natal. Isso lhe permitirá rir com os outros - e não se sentir traída. Portanto, quando a criança começa a ter dúvidas é melhor parar de mentir. Não se trata de lhe dizer brutalmente a verdade, porque o fim inesperado da crença poderia ser mal vivencia-do, mas de lhe fazer as mesmas perguntas.
Se a criança perguntar direta-mente se o velhinho existe, é possível dizer algo como "É uma pergunta que você deve responder sozinha, talvez já saiba a resposta".
Induzir as crianças a acre-ditar ou não? - Por que induzir os pequenos a acreditar que Papai Noel existe? Não é apenas uma maneira de fazer com que tenham uma decepção no futuro?
Vale lembrar que as pessoas têm a possibilidade de acre-ditar de maneira tão pura no mundo mágico apenas uma vez na vida. Além disso, as fronteiras do país.
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